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    Numa civilização que se dissolve, substituindo a cultura pelo espectáculo, a devir prossegue o seu caminho sem se vincular a qualquer grupo ou movimento e sem privilegiar qualquer expressão artística.

 

    Esforça-se por resistir ao relativismo estético dominante, radicado na estratégia totalitária e mercantil que vai transformando o homo sapiens num abúlico homo œconomicus, consumidor sem direito a uma verdadeira cidadania. Rejeita, por isso, o apagamento da memória individual e colectiva, o conformismo dos que confundem a inovação com a sua aparência e a erosão do acto intelectivo num homo videns que tudo vê mas nada compreende, sobretudo quando a arte, enquanto ápice da evolução humana, se vê desalojada pelos seus simulacros, ao ser alienada pelas malasartes do logro.

 

    Não nos preocupa que alguém descubra entre as páginas desta revista o exercício de um princípio aristocrático. Estamos conscientes de que agora, como em 1915, publicações como esta guardam “um exílio de temperamentos de arte que a querem como a um segredo ou tormento”.

 

 

    Os directores

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